26 de setembro de 2022
Foto: Flávio Carrilho
O jornalista Helvécio Carlos é o convidado do Sempre Um Papo para falar sobre sua trajetória e sobre seu livro Diálogos da Pandemia, que reúne 41 das 210 crônicas publicadas na seção Diário da Quarentena, de sua Coluna Hit, no jornal Estado de Minas. Por sete meses, de março a outubro de 2020, artistas, intelectuais, estudantes e pessoas convidadas pelo colunista, compartilharam suas emoções e experiências diante diante da pandemia. A conversa será mediada pela jornalista Jozane Faleiro e acontece no dia 6 de outubro, quinta-feira, às 19h, de forma online, com transmissão pelo YouTube do projeto.
Diálogos da Pandemia
Nestes meses marcados por angústia, mais de 600 mil mortos no Brasil durante a pandemia da COVID-19 e intolerância política, a coluna HIT, assinada pelo jornalista Helvécio Carlos no jornal Estado de Minas, propôs o diálogo. E por sete meses, de março a outubro de 2020, publicou 210 crônicas de convidados na seção Diário da Quarentena. Atores, escritores, jornalistas, músicos, advogados, médicos, estudantes, professores, pais e mães de família compartilharam espanto, tristeza e inquietações diante do novo mundo pandêmico, mas também esperança, fé e aprendizados. O livro DIÁLOGOS DA PANDEMIA, publicado pela Astrolábio Edições, reúne 40 textos ilustrados por Lelis e Quinho. “O mais importante que a pandemia nos ensinou, para lidarmos com as coisas do mundo, foi a redentora solidariedade na redescoberta de nossa solidão”, afirma o cineasta Cacá Diegues no prefácio do livro, organizado por Helvécio Carlos.
Cada capítulo (ou diálogo) desta publicação é a crônica de uma redescoberta. A empresária Mary Arantes, por exemplo, revela que cada dia “Kinder Ovo” pandêmico traz a sua“surpresinha”. De Paris, a jornalista Marcia Bechara se diz astronauta na escotilha do apartamento, observando os vizinhos: o senhor que aplaude diariamente os trabalhadores da saúde, os recados dos vizinhos em cartazes coloridos na recepção. Eduardo Moreira, ator do Grupo Galpão, se entrega ao fluxo tsunami de pensamentos: “Tudo passa… medita… alonga… respira… repassa… decora um poema”.
O escritor Jacques Fux passa álcool em gel até na alma para combater “300 trilhões de bastardos invisíveis”. Gustavo Paulino, pai de João, montou barraca e acampa dentro de casa com o filhote, fez do sofá a sala de cinema (com pipoca e tudo), reinventou o circuito de educação física com a fila de cadeiras. Ensinou o garoto a jogar bolinha de gude.
A drag queen Dolly Piercing se reinventa ao enfrentar a separação (o relacionamento afetivo durou 14 anos). A dramaturga Sílvia Gomez ressignifica memórias de coisas banais, aparentemente pequenas: o toque da folha de louro no arroz, o talco para tirar manchas de gordura, o corte diagonal no cabo da flor, o sabonete de aveia com cheiro de infância mineira.
Bárbara Colen, a atriz mineira do filme “Bacurau”, reiventa as suas horas. Dança sozinha no escuro, percebe que ir ao supermercado virou cena distópica (mais punk, quem sabe, do que a distópica trama que a levou ao Festival de Cannes). O ator e músico Maurício Tizumba se lembra dos amigos do congado, preocupa-se com o castigo que a COVID-19 representa para os excluídos, negros e não negros, os amigos dos morros e o povo da periferia – gente que o filme “Bacurau” retratou tão bem –, à mercê do desgoverno deste Brasil. Apela à força guerreira de seu orixá.
Enquanto a escritora Paula Pimenta tenta domar a insônia, o infectologista Carlos Starling, integrante do comitê de enfrentamento ao coronavírus criado pela Prefeitura de Belo Horizonte, explica o porquê da quarentena. Ela ensinou o doutor a redescobrir os filhos, além de suas fotos guardadas, discos antigos e CDs.
DIÁLOGOS DA PANDEMIA chega neste momento para oferecer encontros a distância, momentos-bálsamo que a leitura é capaz de proporcionar nestes dias distópicos. Parte da renda obtida com a venda do livro é destinada ao Projeto Ler é Viver, criado pelo Instituto Gil Nogueira com o propósito de estimular a leitura, distribuindo obras infantojuvenis a alunos de escolas públicas mineiras. Em 15 anos, cerca de 60 mil estudantes tiveram acesso ao conteúdo de 1,3 milhão de livros, graças a essa ONG.
Helvécio Carlos
Em 30 anos de jornalismo, 10 deles Helvécio Carlos dedicou para a cobertura diária da produção cultural em Minas Gerais e no Brasil. Ao longo desse período acompanhou a cena teatral de Belo Horizonte entrevistando os principais atores e diretores da capital mineira. Apresentou ao público os bastidores das produções locais, assim como a cobertura de lançamentos de filmes, shows e exposições de artes plásticas na capital mineira. Com passagens por assessoria de imprensa e emissoras de rádio é, desde 2001, titular da coluna Hit, do jornal Estado de Minas. O foco deste espaço é também a produção cultural. Hoje, também assina uma coluna na revista Encontro. Entre 2008 e 2012 foi editor da revista Hit, publicação de lifestyle.
Sempre um Papo – 36 anos
Criado em 1986, pelo jornalista Afonso Borges, o “Sempre Um Papo” é reconhecido como um dos programas culturais de maior credibilidade do país. O projeto realiza encontros entre grandes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros. Durante a pandemia, os encontros têm acontecido em formato virtual, com transmissão pelo YouTube do projeto.
Em sua história, já ultrapassou os limites de Belo Horizonte e chegou a 30 cidades, em oito estados do país, tendo sido realizado também em Madri, na Espanha. Em 35 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2 milhões de pessoas.
O Sempre Um Papo é realizado o patrocínio da Gerdau, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, via Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Serviço:
Sempre Um Papo recebe Márcia Maria Cruz
Dia 6 de outubro, quinta-feira, às 19h
Local: YouTube do Sempre Um Papo
Informações: www.sempreumpapo.com.br
Informações para a imprensa:
Jozane Faleiro – jozane@sempreumpapo.com.br / 31 992046367