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Escritora e fotógrafa Branca de Paula participa do Sempre Um Papo

11 de março de 2022

Por Laura Rossetti

O projeto Sempre Um Papo recebeu, na última quinta-feira, 10 de março, a escritora e fotógrafa natural de Aimorés Branca Maria de Paula. Sob a mediação da jornalista Jozane Faleiro, a autora contou a respeito de seus livros, com foco nos mais recentes, “A Luz Paralela” (2017), “Nanocontos” (2019) e “Um Fio Para Se Perder – Contos De Saia Curta” (2021). O bate-papo, transmitido ao vivo pelas redes sociais, marcou o início de uma série de conversas com autores nascidos em cidades do interior de Minas.

Branca de Paula conta que passou sua infância em Aimorés, onde nasceu, e em municípios vizinhos, antes de se mudar para Belo Horizonte. A autora carrega boas lembranças de sua cidade natal. “Quando penso em Aimorés, sinceramente, penso em manga rosa, manga espada, no pitu – como é chamado o camarão de água doce -, lagosta…tenho lembranças saborosíssimas de lá”, brinca a autora, que também afirma ter bem nítido em sua memória o calor que fazia na cidade. “Aimorés é conhecida como ‘a terra do sol eterno’, porque é a cidade mais quente de Minas Gerais”, diz.

Com mais de 15 livros infantis publicados, Branca revela ter um carinho especial com esta faixa etária. “Quando você é criança, nada está disfarçado, abafado; tudo vem à tona. Então, é muito gostoso lidar com isso, é uma fonte de alegria”. A autora pontua ainda que, apesar de não parecer, é difícil escrever histórias para este público. “É preciso criar uma história simples; mas não simplória, uma história que não desconsidere a inteligência da criança. Tem que ser um texto claro, mas profundo”, explica.

“Um Fio Para Se Perder – Contos De Saia Curta” é a mais recente publicação de Branca de Paula. A autora afirma, no entanto, ter escrito os contos que compõem o livro entre 2003 e 2010, aproximadamente. “Eu organizei esse livro na pandemia, mas os textos já estavam prontos. Aproveitei esse tempo para organizar muitos materiais inéditos”, diz. A obra, que reúne 37 contos divididos em dois módulos – “Suspiros e labirintos” e “Anjos, trocas e pecadilhos” -, foi lançada em 2021, pela Caravana Editorial, através da Lei Aldir Blanc.

Escrito em tom intimista e feminino, o livro reúne contos filosóficos, leves e bem-humorados, tendo como pano de fundo a capital mineira. “A maioria destes contos foram germinados e desenvolvidos aqui em Belo Horizonte, a partir de cenas que presenciei, conversas que escutei, casos que me contaram. (…) O livro tem uma escrita muito urbana, em uma cidade grande, onde não existem heróis – ou melhor, todos são heróis. Por isso o leitor pode se identificar com qualquer um dos personagens, não tem ninguém excepcional”, afirma Branca.

A autora conta ainda que começou a se interessar pela literatura desde cedo e, se não fosse pelo íntimo contato com a leitura durante a adolescência, ela provavelmente não teria se tornado escritora. “Eu fiquei sete anos no internato (…) e lá nós tivemos uma professora de português maravilhosa, carismática e cheia de ideias. A partir destas aulas, eu comecei, na quarta série, a escrever realmente”, lembra.

Confira a gravação desta conversa, que contou com tradução simultânea em Libras, no YouTube e Facebook do Sempre Um Papo.

Frases:

“Eu acho que tudo influencia na nossa literatura, desde a bagagem do ventre da mãe até a lembrança de agora há pouco” – Branca Maria de Paula

“Como escritor, você precisa aprender a ouvir” – Branca Maria de Paula

“O que a escola deve fazer é incentivar o aluno a pensar por conta própria, a ser criativo, a se arriscar” – Branca Maria de Paula

“Antes de escrever, eu preciso me alimentar primeiro da temática ou da emoção, da atmosfera do livro” – Branca Maria de Paula

“Quando você escreve, tudo se resume a achar o seu tom e continuar persistindo nele” – Branca Maria de Paula

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