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Elizabeth Bishop: uma trajetória de encontro e amor pelo Brasil

25 de agosto de 2020

Por Marina Vidal (*)

O Sempre Um Papo recebeu Regina Braga e Marta Góes para falarem sobre o livro “Um Porto Para Elizabeth Bishop” (Ed. Terceiro Nome). Esta foi mais uma edição do projeto que está acontecendo de forma virtual, devido à pandemia do Covid-19. A conversa contou com a participação especial de Mary Lou Paris e foi mediada pelo jornalista Afonso Borges, no dia 25 de agosto de 2020, sendo transmitida pelo Youtube, Facebook e Instagram do Sempre Um Papo.

A ideia para produção do livro se deu em razão da vontade de Marta Góes realizar uma peça sobre Elizabeth Bishop e de Regina Braga encenar uma peça sobre o Brasil. “O olhar poético dela sobre o Brasil, o olhar da estrangeira que percebe aquilo que nós brasileiros não percebemos mais, o que para nós é habitual, para ela era novo e, além disso, expresso numa linguagem deslumbrante da poesia. Bishop era o melhor canal para uma peça sobre o Brasil”, afirmou Regina.

Elizabeth Bishop foi uma poeta estadunidense, fez uma viagem ao Brasil em 1951 e acabou se apaixonando pelo país, indo morar em Ouro Preto, no fim da década de 60.

Regina Braga, ao receber a primeira versão do texto de Marta, percebeu que era uma peça maravilhosa e sobre o Brasil. “Na verdade, era o jeito que essa mulher e essa poetisa maravilhosa viveu, olhou e experimentou o Brasil”. A atriz destacou que Marta Goés conseguiu misturar a história de vida dessa mulher com a história do Brasil, com os acontecimentos que ela viveu em terras brasileiras. “O espetáculo estreiou em 2001, no Festival de Curitiba e depois no Sesc Anchieta, em São Paulo. Foi muito bem-sucedido e teve uma enorme repercussão, faço essa peça até hoje”, lembrou.

No processo de elaboração da pesquisa, Marta Góes passou muito tempo lendo as cartas e obras de Bishop. “A vida dela está toda registrada, dia-a-dia, naquela correspondência escandalosa e rica. Procurei tudo que se referia ao Brasil e tudo que construía o arco dessa personagem, que é essa mulher solitária, sofrida e frágil que desembarca aqui e que ao longo dessa estada adquire forças para sobreviver e ter uma história tão vitoriosa”, falou a autora.

Mary Lou Paris, diretora editorial na Editora Terceiro Nome, também participou da conversa e contou que se apaixonou pelo texto da Marta e adorou ter publicado o livro. “A primeira edição era uma fotografia pequenininha da Bishop na capa e esgotou, a gente republicou e agora fizemos essa outra edição que, ao invés da Bishop na capa, é a Regina e as fotos do João Caldas”.

Marta ainda relatou que, como seu texto possui uma proposta teatral, este possuía a missão de acolher as contribuições das outras pessoas que iriam trabalhar com ele, principalmente da Regina. “Então o texto era um pretexto e depois ele virou um livro, mas ele é a publicação de um texto teatral”. Regina relatou que foi um desafio que ela cumpriu com gosto. “Interpretar uma personagem tão complexa e muito rica, uma pessoa muito sensível. Teatro sempre é uma experiência muito enriquecedora. Esse espetáculo marcou muito minha vida, não só pela beleza do personagem, fiquei profundamente impressionada pela obra poética da Elizabeth Bishop, que sou fã. Acho que ela tem poemas absurdamente deslumbrantes”.

Para encerrar, Regina completou que, no Brasil, Bishop se sentiu em casa pela primeira vez na vida. “Ela se apaixonou completamente pela Serra de Petrópolis, por Samambaia, pela Casa, pela Lota, pelos brasileiros e ela viveu aqui anos maravilhosos e nesses anos a melhor poesia dela foi escrita”.

Regina Braga leu alguns trechos do livro e mostrou um pouco da personagem Elizabeth Bishop. Essa conversa na íntegra pode ser assistida nas redes sociais do projeto, Instagram e Facebook e no canal do Sempre um Papo no Youtube, por meio do link: https://www.youtube.com/watch?v=fXjaBEzPHr4&t=364s

(*) – Estagiária sob supervisão de Jozane Faleiro

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