Eda Costa fala sobre “Quarto de Despejo” no Clube do Livro – Letramento Racial, do Festival Sempre um Papo em evento presencial na Biblioteca Pública

O Festival Sempre um Papo realiza a 3ª edição do “Clube do Livro – Letramento Racial”, no dia 11 dezembro, quinta-feira, às 19h, em atividade presencial, dando continuidade à travessia pela literatura de mulheres negras brasileiras. Depois de encontros dedicados a Conceição Evaristo e Maria Firmina dos Reis, o ciclo chega agora a uma das vozes mais fortes da nossa história literária: Carolina Maria de Jesus, mineira de Sacramento, com o clássico “Quarto de Despejo”.

O encontro será uma oportunidade para revisitar a força da escrita de Carolina, que transformou o cotidiano da favela do Canindé em testemunho literário e documento social. A mediação será conduzida pela coordenadora geral do Clube, Madu Costa, e contará com a participação especial de Eda Costa, que trará reflexões sobre o impacto da obra, sua atualidade e a centralidade de Carolina no pensamento crítico de autoria negra.

O Clube do Livro – Letramento Racial integra a programação do Festival Sempre um Papo e tem como propósito criar um espaço de leitura, escuta e diálogo, valorizando a contribuição das autoras negras para a formação cultural brasileira. A cada edição, um livro e uma escritora são apresentados ao público, ampliando repertórios e fortalecendo debates sobre literatura, raça e sociedade.

O Festival Sempre um Papo tem patrocínio da Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais. As inscrições, gratuitas podem ser feitas no Sympla.

Só clicar AQUI.

A iniciativa convida o público a mergulhar na produção literária de cinco mulheres negras que marcaram a história da literatura nacional, da pioneira Maria Firmina dos Reis à contemporânea Bianca Santana, passando por Carolina Maria de Jesus, Ruth Guimarães e Conceição Evaristo, sob a coordenação da escritora Madu Costa.

O Clube do Livro – Letramento Racial será aberto ao público, com participação gratuita. As obras escolhidas traçam uma linha do tempo que percorre diferentes contextos históricos, estilos e lutas, revelando a força da palavra como resistência e como afirmação de identidade.

Os próximos encontros serão: dia 22 de janeiro, quinta-feira, com Água Funda (1946), de Ruth Guimarães, um retrato literário do Vale do Paraíba marcado pela oralidade e pelo folclore, com Patrícia Santana. E encerra no dia 26 de fevereiro, quinta-feira, com o livro Apolinária (2025), de Bianca Santana, uma obra que aborda a construção da identidade negra, o apagamento histórico e a importância da memória para a reconexão com as raízes – com Madu Costa.

Programação:

29/09 – Rosália Diogo/ Conceição Evaristo
18/11 – Madu Costa / Maria Firmina
11/12 – Eda Costa / Carolina Maria de Jesus
22/01 – Patrícia Santana/ Ruth Guimarães
26/02 – Madu Costa/Bianca Santana

Além da leitura coletiva que o Clube do Livro proporciona, a presença de , convidados especiais — pesquisadores, escritores e mediadores culturais – servem para para estimular o diálogo entre leitores de diferentes idades e formações. O objetivo é construir um espaço de formação crítica e de valorização da memória literária negra, fortalecendo o debate sobre raça, gênero e sociedade no Brasil.

“Mais do que um clube de leitura, é um convite para reconhecer a contribuição das escritoras negras na construção da nossa cultura e refletir sobre como suas palavras ecoam ainda hoje”, afirma Afonso Borges, presidente do “Sempre um Papo”.

Quem é Madu Costa

Madu Costa é professora e “arteira”, como gosta de dizer, por ser escritora, poeta, cordelista, compositora, cantora, palestrante e narradora de histórias. É professora aposentada( pedagogia- UFMG/1984; arte-educação/ PUCMINAS/2000). Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, publicou 26 livros, sendo 21 no gênero infantil- literatura negro brasileira e 5 publicações no gênero literatura de cordel. Os livros: Meninas Negras(2006), Koumba e o Tambor Diambê(2006), Cadarços Desamarrados (2009), Embolando Palavras(2014), cumprem o importante papel de representar valores africanos formadores da identidade nacional brasileira, bem como, representar as crianças negras na literatura infantil. Já os livros de cordel: Zumbi e Dandara, trazem de forma lúdica a biografia desses líderes do Quilombo dos Palmares e divulgam o patrimônio cultural imaterial brasileiro

A autora já recebeu os seguintes prêmios: Zumbi de Cultura/2018, pelo conjunto de sua obra literária; Prêmio Luiz Melodia de canções autorais/Fundação Palmares-2023; Prêmio Malala/ 2024, pela atuação pedagógica; Prêmio Baobá/ 2024, pela excelência na narração de histórias;

Quem é Eda Costa

Eda Costa é cantora, atriz, locutora ,  professora de canto e teatro. Em 2015 foi indicada ao Prêmio  SIMPARC como melhor atriz coadjuvante no espetáculo  parte do elenco de Bitita – O coração que não silenciou – sobre a vida e obra de Carolina Maria de Jesus

No cinema participou do longa “Além do homem”, filme de Willy Biondani, pela Bossa Nova Filmes. E em 2021 protagonizou  o curta “O Davi Morreu”, um curta metragem   de Lea Monteiro. Gravou 4 curtas nesse ano de 2024, sendo protagonista em dois deles: “Lua Cheia”, de Lea Monteiro e “Sobre banzo, nostalgia e saudade” de Yago e João Paulo.

Também em 2024 participou da Web Série “Palavra Pelada”, produzida pela Cidade analógica, falando poesias e textos da grande Carolina Maria de Jesus. Em 2021 dirigiu o espetáculo de formatura da turma “Estudos negros”, do Arena Da Cultura. Em novembro de2024 recebeu o Prêmio Zumbi de Cultura na categoria Teatro. Em fevereiro de 2025 estreou o espetáculo “Uma dança uma canção “ sob sua direção e  no mesmo mês, participou das filmagens do curta de Leo God, “ O capeta do Vilarinho”.

Pesquisa a cultura Yorùbá desde 2008. Em 2021 entrou para o time de locutoras do Vozes de Minas. Eda Costa é mineira de Belo Horizonte. Atualmente mora em São Gonçalo do Bação, área rural de Itabirito, Minas Gerais.

Foto: Marcelo Sant’Anna