28 de junho de 2017
Sempre Um Papo recebe Alberto Mussa
O Sempre Um Papo recebe o escritor Alberto Mussa para o debate e o lançamento do livro “A Hipótese Humana” (Record). O ano é 1854. Um crime misterioso assombra o então bucólico bairro do Catumbi: dentro da chácara de seu pai, Domitila é morta a tiros. Tito Gualberto, agente da polícia secreta e ágil capoeira, é contratado para investigar o assassinato. Em seu encalço, o novo romance de Alberto Mussa passeia pelos caminhos assombrados, pelas alcovas e pelas senzalas, pelas ruas escuras, estalagens e armazéns do Rio de Janeiro oitocentista. E com isso desbrava, também, o choque entre cosmologias que forjou a história da cidade e de sua gente.
O evento será no dia 8 de agosto, terça-feira, na auditório da Cemig, em Belo Horizonte, com entrada gratuita.
A hipótese humana é o quarto romance do “Compêndio Mítico do Rio de Janeiro”, série de romances policiais, um para cada século da história carioca, já composta pelos premiados O trono da rainha Jinga, A primeira história do mundo e O senhor do lado esquerdo. Com esta nova obra, Mussa reitera sua surpreendente habilidade em aliar historiografia, fabulação e suspense para restituir os pedaços negligenciados no imaginário sobre a cultura carioca. “A hipótese humana tem como problema central a noção ameríndia de pessoa, particularmente a dos guaranis, que confronta a visão ocidental”, afirma o autor.
ORELHA
Uma mulher linda, intensa e que comanda os homens na cama. Com todas essas seduções, entretanto, não é a favorita do autor. Mas é ela que, de alguma forma, domina o livro e os leitores com seu mistério de vida e de morte. Tiros na noite e um crime. O enigma está apenas se esboçando e ele atrairá o leitor para uma trama de relações densas e duvidosas até as encruzilhadas nas quais, como em todo livro de Alberto Mussa, encontrará o Rio de Janeiro. Como ele foi, como ainda é, com os seus vivos e os seus mortos.
O Rio dos capoeiras que sabem matar como quem dança, dividido em territórios comandados por nações rivais, de peculiar geografia humana e hierarquia que revoga o que se tem por sabido.
A hipótese humana é o quarto dos cinco livros de Mussa sobre os séculos da história do Rio. Em cada obra do compêndio mítico, que pode ser lido em qualquer ordem, há um recorte que despe a cidade e exibe seu subterrâneo e a poderosa mistura de culturas e povos. Esse se passa em 1854, é o livro do século XIX, no aprazível subúrbio do Catumbi, onde o crime acontece e uma investigação começa.
Nesse livro, o leitor terá ainda um tempero de memorialismo. De tão real, a ficção de Mussa encontra sua crônica familiar numa ponta da história. Os muitos suspeitos do crime vão sendo revelados aos poucos, levando o leitor num redemoinho que confunde, aprisiona e inquieta. No meio das investigações conhecerá o coronel, o corretor de café e a complexa distribuição de poder da senzala. E conhecerá Tito Gualberto, o espírito de cobra, sedutor e sinuoso. Não contarei os segredos, nem a natureza das sombras desse livro magnífico, porque o leitor terá prazer em desvendá-los, mesmo sendo informado de que “o que não é segredo não se pode descobrir”. (Míriam Leitão)
TRECHO:
“Quem se dispõe a abrir um romance policial deseja e espera que aconteça um crime. Vou, assim, diretamente ao ponto, à cena que se dá momentos antes do episódio?capital.
São duas personagens que se movem: um homem e uma mulher. Para quem leu meus outros livros, ou lembra que a ação se passa no Rio de Janeiro, é fácil deduzir que não serão casados. Ela, além de moça, é linda, como são em geral minhas mulheres. O homem, tipo mais vulgar, tem aproximadamente a mesma idade.
Disse que não são casados. Deveria ter dito não serem cônjuges. Porque a mulher (como se intui) tem um marido. Mas essa circunstância não a impede de começar a se despir.”
SOBRE O AUTOR
Alberto Mussa nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. Contista e romancista, dedica-se atualmente à elaboração do “Compêndio Mítico do Rio de Janeiro”, série de cinco romances policiais, um para cada século da história carioca. Recriou a mitologia dos antigos tupinambás; traduziu a poesia árabe pré-islâmica; e escreveu, com Luiz Antônio Simas, uma história do samba de enredo. Além de figurar em listas de “melhores do ano” de veículos como Veja, O Globo e Folha, ganhou os prêmios Casa de Las Américas, Academia Brasileira de Letras, Oceanos, Machado de Assis (FBN) e APCA. Estudada na Europa, nos Estados Unidos e no Mundo Árabe, sua obra está publicada em dezessete países e quinze idiomas.
Serviço:
Sempre Um Papo com Alberto Mussa
Dia 8 de agosto, terça-feira, às 19h30, no auditorio da Cemig – Rua Alvarenga Peixoto, 1200 – Santo Agostinho – Entrada Gratuita
Informações para a imprensa:
Jozane Faleiro – 31 992046367 – 35676714 – jozane@sempreumpapo.com.br